O mundo, uma poesia
Blog sob construção - como a vida, que nunca para!

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Pudera ser, Fortes
(Onde aquela reciprocidade jaz)
De todos que vim a conhecer, dos poucos que chegaram a me envolver – você! Por quê? Nunca antes, tamanha instigação tinha me batido à mente, ao peito ou o que quer que seja que me deixasse desse jeito – estremecido. Deve ter sido o olhar, mas não sei... não sei o poder de uma foto. Não me boto a atentar a isso. Disso, o de menos, de todos os aspectos serenos – inteligência, como se estivesse munido das mais reflexivas palavras e, a todo tempo, pronto a poetizar. Logo, ambos a conversar, interesses a combinar e tudo leva à convergência. E, entre um e outro intervalo, crucial instigação. Não. Não pode ser! O que eu fiz para merecer? Sua voz, seu corpo, sua essência e tudo mais... isso me deixa herético, descomunalmente me encontro céptico a você, que tira minha paz! Aliás, quem é você? Você realmente existe? Persiste algo em mim que bem conheço – um avesso querer que sempre se deu, mas, então, me enlouqueço. Agora é diferente, é como se, com você, fosse absolutamente, extremamente fluente em mim! Mas enfim, deixa disso, talvez melhor ficar assim e, simplesmente, não pensar ou sequer tocar nisso, pois de todo o meu querer, uma única realidade – distância, por mais que seja gritante e desedificante esta minha ânsia, seria bom demais ser verdade. Do beijo que se falou – desejo! Vejo que nem tudo que almejo, posso, um dia, dizer: “se concretizou!” Daquele toque, daquele olhar, daquela voz e tudo que gera qualquer sentimento – sonho? Então... me ponho a me segurar, pois, do ar que respiro – o chão a pisar; de tudo em que me inspiro – da dor a me esquivar, e da vida, pela lição que tiro – o tempo a passar, não pelo fato de decorrer, mas pelo que há a nos ensinar. Do sim ao não ou do não ao sim, só o fim, assim, em algum momento poderá, perdido entre felicidade e sofrimento, amizade ou esquecimento, de fato, falar! E tudo mais que se possa dizer – você: um só tormento! Por mais que eu tente ser forte...
Marvin San - 20 .03.2016
EsPeLhO
Assim como o oceano que reflete o azul do céu - Sou para ti!
Trato-te como então?
Tu gostarias que eu mudasse algo, irmão?
Não, duvido! Pois só reflito e reflito.
Faço, simplesmente, o que o espelho faz para ser eu mesmo para ti!
Assim, nada evito...
Então, quero brincar contigo...
Ou preferes brigar comigo?
Sou seu reflexo-amigo
E seu próprio-inimigo.
Podemos e não podemos
E se somos – seremos.
Simplesmente, pois bem imito!
Somos 11: Ouro, prata e bronze!
De repente, nada ou tudo.
Espada ou escudo - contra ou a favor.
Aliás, faz-me um favor: ama-me!
Chama-me, dá-me a mão...
Algo de ruim?
Não!
Poderíamos ser fogo: dor, distância ou aflição!
Mas da companhia, a nossa implicação,
Vem o teu, o meu e todo fruto.
Enquanto tal – normal!
Busco sempre um bom produto!
Marvin San - 2012
Viver? É exercer a loucura.
Logo, digo nunca querer ser normal,
pois seria muita alienação, uma desventura!
Marvin San - 06.4.14

Estágio
Assim como uma fumaça que desaparece no tempo – Não sou diferente!
Sou do tempo, sou de momento – que passa e se esquece.
Tudo acontece, nada parece – a vida é o tempo da gente.
Tudo é enquanto é... Nada muito se estende.
Tudo pouco se entende
E mais se pretende buscar,
Até acabar...
Enquanto senso – essência.
Quando transcendência – esperança.
Saudade é ser criança.
Vontade é ser eterno
E terno é ter vida,
Saída pra todas as respostas.
Mesmo com peso sobre as costas,
Opostas são as certezas
E as belezas são iguais:
Se hoje sim – amanhã talvez
Como sempre – também, jamais!
Eis, então, tal qual uma vez...
E que transcenda tal própria existência!
(Pois) a experiência se compõe e se põe como o sol
E sobre o lençol em que me deito, perco a consciência
E, a partir daí, já não sei, como já não ouço e já não vejo.
Já não sinto nada nem mesmo um beijo,
Mas ainda estou aqui - ou além?
Sozinho - ou com alguém?
Somos todos células desse corpo.
Poros deste solo
E é incerto este colo,
Onde até o mais fértil se torna nada nessa estrada!
Estendem-se pele sob este sol,
Que ilumina, aquece e queima
E teima como um farol,
Que se apaga quando já sem caminho a iluminar,
Energia para continuar...
Que o ar, a luz, o solo e tudo mais
Reste enquanto essência,
Nesta experiência que jaz
Enquanto já não se sabe.
Então, que acabe,
(Pois) Quem sabe se consiga o que uma resposta faz...
Marvin San - 2012