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Viver é Saber que Viver é Algo que Não Se Sabe!

 

 O que é viver?

 

 

Viver é despertar-se de um coma e, de repente, nada saber por, em outro, encontrar-se;

É olhar para trás, descobrir que o agora tem o mesmo valor que uma vida inteira, uma vez acometido por amnésia;

Viver é como um simples dia de trabalho, em que, ao deitar, você se lembra de tudo que passou

e, simplesmente, depois, com o tempo, se esquece;

É a mais bela lembrança acometida pelo Alzheimer;

É como a folha, que, ao cair, nunca mais regressa à árvore;

É como o combustível da Ferrari depois de uma bela viagem;

Como uma estrela que explode no universo;

É exatamente como o mero ato de fechar os olhos;

É um sonho antes do despertar;

... implica-se em sonhar!

É pulsar o trânsito de uma ficção inequivocada!

Viver é atingir o clímax total em um orgasmo antes que o parceiro durma;

É amar!

É chuva que cai sobre a terra seca,

Bem como sobre o deserto;

Um show de rock, um concerto clássico;

É como o microfone em que o mais famoso e belo cantor canta,

tendo sua voz lançada ao ar, ao tempo, aos ouvidos que ali estão ou não;

É uma canção em seu acorde final...

Viver é uma colisão em um acidente;

É repente...

... aplica-se a sofrer!

É chorar à dor;

É morfina às veias...

Viver é se embriagar com os amigos no bar,

bem como a cerveja que se bebe; o vinho que se derrama... a lágrima que cai!

É bem só a embriaguez;

Uma esquizofrênica felicidade;

... o cair e se machucar;

É um incidente;

É o processo de um crime imperfeito,

É o roubo da liberdade;

É o vazio de não poder escolher;

É, em alta velocidade, fazer uma curva acentuada;

Viver é cuidar de algo que se gosta muito e, de repente, ver-se sem por ter perdido;

Viver é como aquele professor, aquele mestre mais entendido sobre alguma disciplina,

em que cuja matéria nenhum dos alunos se interessa;

É estar!

Viver é gota caída em chão cego;

É água, que escorre, corre e, depois, seca;

É o suor, que destempera...

... sal, que tempera;

... sol, que têmpera!

É um farol que brilha – e queima;

Viver é como felicidade repentina de um sim;

O choque de um não;

É como trovão que ressoa;

... raio, que cai, acerta e queima;

Viver é HIV em plena contemporaneidade;

Como tsunami, que destrói e passa;

Como aquele vento...

É sentir!

É orar por uma doença, que te mata depois de tanta luta;

Viver é guerrear por uma causa, que, no fim, contam-se e lembram-se os mortos;

... pelejar contra golpes baixos,

... bem como manter guarda em defesa de algo;

É lutar!

É herança, que o pai deixa aos filhos, netos, bisnetos...

Viver é cantar vantagem sobre algo;

É a ambição de um tiro;

Ou a visão do incerto; a audição do surto, o vagar do paraplégico...

É ganhar – ser tetra-plégico;

Viver é, mesmo podendo ver, jazer no escuro;

É a cessação de uma tempestade...

Viver é o momento e, como seu refém, não querer passar/mudar;

É pôr-se a dispor-se,

É mosca à ferida, verme à carne...

Viver é medicar-se sem prescrição;

É uso de algo instalado sem manual...

Viver é acordar no meio da madrugada e, sem sono, esperar pelo amanhecer;

É insistir diante do não;

É birrar, embirrar e não conseguir;

É correr à contramão, crendo chegar;

É, em alto mar, firmar-se certo da rota a seguir...

É o simples manco passo atrás do outro;

Viver é caminhar no escuro...

É passar!

É pôr-se ao sabor das ondas em movimento, ao toque da brisa a carregar o perfume da evasiva essência;

Viver é o tempo – tempo de vida...

... (não obstante) a vida é uma mãe, que abandona os seus filhos, cujos filhos, somos nós;

nós que se dão com o tempo, esse, que se desgasta com o viver, que se faz em desvanecimento.

Essa é a verdade! A vida é bem verdade, uma vez que a mesma se põe

e não se contrapõe ao conto – a verdade é um ponto, pronto e a menos;

amenos vigores de valores, que se (des)computam...

Viver é cronômetro, que enguiça;

É sorte, que se esvai;

É forte, que cai;

É temer ao dizer que viver é o mesmo que acreditar em Deus religiosamente falando,

diante à toda lógica vital dada à condição intelectual-natural de um ser;

É o lapso de um discernimento;

É confessar os erros e fraquezas;

É pecar diante e mediante a igreja;

Viver é dizer sempre ser feliz;

É aventurar-se;

É entender sobre tudo;

É não mentir...

Viver é um mergulho raso;

É o mar, que traz e leva;

É aguardar um trem na estação para cuja próxima parada não se conhece;

É uma viagem;

Viver é entender o próximo como a ti próprio;

É ter dito “Eu Te Amo” diante à separação;

Viver é câncer que come a fome da vida, a esperança, a força...

É morrer e poder provar que se faz face ao fato contrário;

Viver é ter como sentido real o mesmo que a fé tem e faz...

É...

Bem, viver é, simplesmente, tudo que te passar pela mente enquanto vida...

Pode-se dizer o que for, contudo, muitas vezes, a vida implica em pensar que viver é mendigar respostas,

pois, de tudo que se sabe, destaca-se o não, talvez, como lógico,

e faz-se defesa fiel que viver é sucumbir-se à morte!

Todavia, resultamo-nos em crer sempre haver um desenvolver

e que, de fato, nada se perde, tudo se altera,

nada se põe à total solidez – pedras gastam-se com o tempo,

bem como com a água e o vento...

A morte é ter vivido e, por essa mera razão, enquanto vida – sobrevivência.

Todas as escolhas e ações terão sido insistência – todas as alegrias, todas as tristezas...

Todos aqueles que tiverem sido conhecidos terão composto o processo de morte – o viver.

Viver é morte e morrer é certo!

Assim, sucumbência!

É bem um filme que passa. Enquanto em execução – ação;

após o letreiro, simples memória de uma história,

contudo, aquele personagem sempre será lembrado por alguém de alguma forma,

por alguma cena, por alguma fala... enquanto se vive.

Visto que, se viver é encenar, alude-se holofotes e brilho a tal ato,

que se põe como energia de uma capital em performance,

que cuja agitação se faz indelével e, embora momentâneos blecautes, inflige-se constância;

(Portanto) por mais que o sol se ponha, muito antes, ele ilumina e aquece;

Embora a água evapore, essa tende a vitalizar tudo que toca

e sempre faz-se contínua a correr rumo a um novo lugar;

Ainda que se alimentar resulte em, em breve, fome, tal ação tende a nutrir e energizar todo um corpo;

Mesmo que o vento quebre à montanha, algum pólen, certamente, terá sido carregado por ele;

Posto que o sorriso feche, ele emana e contagia...

É magia – energia...

Vida é tal qual lava, que, com todo seu poder destrutivo, constrói as mais belas paisagens;

É edificação de um sonho...

É florescer;

Viver é movimento, é o levar, o fluir, o girar...

... roda-se a evolução, que, a cada volta, se volta à frente...

Frente ao fim, assim, faz-se contínua e continua a defluir como um rio,

que corre e, ainda que sinuoso o percurso, não detém seu curso; só escorre e escorre...

Viver faz-se de alimentar-se por algo a fenecer,

é cadeia alimentar em exercício do equilíbrio;

é cadeia de montanhas a enfrentar e enfeitar a paisagem – é precipício;

altos e baixos; é o vento em passagem a polinizar e estabelecer...

É competir;

Viver é, não, não ter fé, mas, sim, destemor - é vapor em turbina – usina.

É, não, não acreditar em Deus, mas, sim, ter vontade como forma e fonte de seguir – de se fazer mover.

É mina que seca, mas não se peca ao beber – é decorrer; é transcorrer.

Cachoeira a ocorrer em pedra a corroer!

Viver é a composição da decomposição...

É tumor dentre as demais normais células – é mutar-se;

... enquanto corpo, máquina – eutanásia.

Viver são coerência e coesão descontextualizadas;

É justiça humana, estritamente, consistente e desinteressada, bem como imparcial(?)...

É, por sua vez, arte; que, por toda parte, se recria,

destarte, alegria de estar a ser flexível por sensível se fazer;

cuja flexibilidade essa que se rompe e se interrompe...  

É a complexidade da beleza e sua funcionalidade;

sua intencionalidade e aplicabilidade para tudo aquilo que se põe em processo natural vital;

Energia corrente e transmissiva;

É arrastar correntes de uma corrente que nos arrasta;

Viver é ansiedade em seu mais altivo alcance;

É lance a lance à flecha e ao alvo...

Viver é acometer-se a cometer o que quer que seja pela mera reação de ser-inerente do tempo e suas ações;

... do momento, ocasionar-se como efeito;

É a obscura inexplicável concretização do abstrato em seu poético posicionamento possível do impossível...

É a realização do extraordinário;

Será a vida uma comum esquizofrenia...?

... uma linha desconexa de pensamento...

Viver e a vulnerabilidade de ser assombrado por dúvidas e questionamentos

e, independentemente ao que quer que resulte dessa realidade,

eis a manutenção de um si comum voltado a um querer,

um desejo, uma vontade vital – tem-se uma essência da qual não se entende

e delega-se e julga-se propósitos desconhecidos a essa...

O que é? Qual é a lógica? Como se estabeleceu consenso de racional?

Dentre a física, a metafísica, a química e o que quer que mais se funda

e se atribua à inexplicabilidade de existir e momentaneamente durar,

crê-se alguma razão, não obstante, e o delírio?

Do propósito, a mais forte e presente forma abstrata de existência posta à vida: Amor!

Desse, ser suicida em ato terrorista, também, é propósito(?) - ou uma doença?

... implica-se o ato de viver e seu propósito, em, simplesmente, escolher?

Viver é condicionar-se: felicidade x tristeza; riqueza x pobreza; beleza x feiura; prazer x dor...

É convir à coação;

Acovardar-se e conformar-se frente ao obstáculo;

 

Viver e se perguntar...

Viver, viver e querer mais saber...

Não entender e iludir-se por um bastar.

Quem nos mostraria tal significado e tal significância?

Vida e uma só distância:

Ignorância e homem.

Somem status e vigor,

O valor que se esvai...

Contudo vale pensar que vale,

Vale agir como se valesse,

Vale pôr-se como tal...

 

Viver é fonte murmurante em que se mata a sede... sede de representar-se e continuar a residir em si em existência;

É ser hoje o que não foi ontem e ser amanhã o que hoje, simplesmente, ainda o que não pode;

É ocasião, o real posicionamento de futuro em presente e presente em passado;

Viver é garimpar razões...

É fio enrolado que se distende; nó que se desdá e, por fim, se arrebenta;

É paixão;

Viver é patológico...

São reticências...

Uma interrogação reticentemente exclamativa;

é o escarro; a sujeira; o escárnio e a besteira;

uma brincadeira sem consciência; àquilo que se priva;

... barbinagem, arbitrariedade, capricho, volubilidade...

É suicidar-se como em estado de psicose e ser julgado como incapaz e, assim, inocente – daí vítima;

Viver é um livro com páginas faltantes,

mas que, cuja história tema, se faz pela punição, castigo ou algum ou qualquer tipo de pena;

pela simples ação de sobreviver – mera ação essa de protestar a morte,

mesmo que a qual seja o caminho da liberdade;

É um jogo – uma charada; um quebra cabeça com peças inexistentes...

Um pingo d’água ao oceano;

O grão de areia ao deserto;

O floco de neve à nevasca;

O orvalho à tempestade;

O tijolo à muralha;

A célula morta à superfície da pele, ao vendo, soprada diante do corpo;

O fio de cabelo caído ao chão;

O umbigo à galáxia;

... rotação em círculos – posto como a qualquer engrenagem suposta à funcionalidade e enguiço posterior...;

Ciclos;

Fenômenos;

Sequência de renovações...

Nobreza; apreço; brilho; encanto,

que a todo canto inspira cantos para seguir;

fluir e construir um ir, que não se sabe aonde vai dar;

é incidir; conspirar;

Viver é advir e calhar...

... relatividade proposital de se valer, do que vale algo senão sua querença?

Contingente agente de assim se trazer – põe-se à crença.

Viver é não morrer em vão.

É do sim ao não o que se dá – jaz além à compreensão

e enquanto ser se está, estar à ação de sofrer faz valer o que quer que se põe a nomear;

É existir em seu mais flexível exercer – cumprimento de estadia não necessariamente obrigatória

de uma compulsória forma de jazer não posta ao escolher de início próprio;

é um empório de frutos a se comer e/ou a apodrecer;

... a conquista de algo não antes almejado;

... a lembrança de algo que não se sabe ou seu oposto - seu contrário arbitrário posto;

Viver é do gosto ao desgosto o rosto contraposto;

É entender ao atender de si em um tender de esvair-se;

É acometer-se à sorte, essa, algo pelo puro acaso, nada mais do que isso,

não há fadário prévio que se estenda; nem má sorte,

viver é o acúmulo de eventos soltos e perdidos encontrados

e formados pelo nada, que em tudo se põe em forma jacente;

Viver é um túnel que cuja saída se sabe ser existente, mas aquela luz do fim, não se pode ver;

É fogo que se alimenta de algo a ser destruído;

Viver é... se acredita-se o inferno ser uma vida que deu errado, o que é viver em si?

É persistência posta à burrice por algo quando não cabido de sentido ou ao seu dever;

Viver é quadro pintado aos poucos, mas uma obra com muitos detalhes e muitas interpretações à sua leitura;

É tudo aquilo que não sabemos e podemos, de fato, responder;

É abandonar esta escrita por mera razão de ‘viver’...

Por fim, só é certo, mas talvez ainda, dizer que viver é visão

e obtenção própria de significados – assim, o mesmo que chegar a este final

tendo tido total clareza do que tal resposta sobre o que viver seria!

 

Marvin San - 07.09.13

Poesia Oculta                                                                                                                         

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